Nesses dias de horas infinitas
Em que tu me deixaste a falar só
Procurei-te na multidão que a mim circundava
Vi teu rosto em cada rosto
Senti teu cheiro em cada perfume.
Olhei o infinito das águas
E os pássaros a voar
Neles criei um novo poema
Para os meus pensamentos embalar.
Afoguei-me em pranto
E perdi os encantos. . .
Induzida por um insensato coração,
Deixei de compartilhar prazeres
Que outros tão singelamente me ofereciam
Embriaguei-me em tuas lembranças.
Nem os movimentos das ondas
Conseguiram suavizar meus devaneios
Ventos de calor, de brisas arrepiantes
Insistiam em me mostrar os encantos
Que a mim estava a circundar.
Imersa em uma vaga imaginação
Indecisa entre o real e o irreal
Deixei-me envolver pelos teus encantos
Que nem se quer sei que colorido tem.
Anoiteci em claro
A claro, vi um novo amanhecer
E com o clarear de um novo dia
de um novo ano. . .
Espero clarear também
Os meus pensamentos,
Minhas idéias,
Minhas razões,
Meus desejos.
E, em outro corpo, outros olhos
Meus pensamentos repousar.
Aracajú, 01.01.11
Elizonar Dias Costa.
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